Nas Olimpíadas de 1992 de Barcelona, estava para ser dada a partida para a semifinal da prova de 400 metros masculina.
A disputa entre os atletas prometia ser acérrima.
Entre os corredores estava um jovem inglês de nome Derek Redmond. O seu sonho era provavelmente o mesmo dos demais competidores que se alinhavam na linha de partida: ser campeão.
Dada a partida os atletas disputavam passada a passada a vaga para as finais. Derek tinha boas chances de se classificar; seriam segundos decisivos na vida de quem treinou muito, se preparou, passando dores e cansaços, mas estava ali para fazer valer o esforço de uma vida de dedicação.
Porém a vontade de Derek era "extra", pois depois das Olimpíadas de Seul, quatro anos antes, o atleta havia passado por cinco operações em ambos os tendões de Aquiles. Tinha recuperado a tempo de estar ali a correr como os outros, atrás de um sonho.
Porém pouco depois da partida, o tendão direito rompeu-se.
Derek caiu no chão, sentindo uma dor muito forte.
Era o fim da corrida para ele. O sonho tinha-se escapado por entre os seus dedos. Agora restava somente aquela forte dor.
As câmaras não focaram Derek caído, mas sim o campeão Steve Lewis que completou a prova em 44,50 segundos.
Determinado a concluir a prova, ele levanta-se com muita dificuldade e saltando sobre um dos pés, retoma a corrida, obviamente sem a menor chance de se classificar.
Foi então que seu pai Jim Redmond que estava presente desceu a arquibancada, escalou a divisória e saltou para a pista antes de qualquer fiscal o pudesse impedir, alcançando assim o seu filho.
A multidão em pé começou a aplaudir ao aperceber-se que Derek estava a participar na corrida da sua vida.
O jovem corredor apoiou a cabeça no ombro direito do seu pai, e juntos percorreram o que restava da pista até à linha de chegada, sob os aplausos de incentivo da multidão de espetadores.
Quer queiramos quer não, as dificuldades e quedas durante a nossa vida sempre existirão.
Por mais preparados que nós acreditamos estar, em algum momento da nossa vida, nós iremos encontrar um beco sem saída...e o pior é que embora nos tenhamos preparado muito bem para "a corrida nas nossas vidas", de um instante para o outro, vemos as nossas chances reduzidas a zero.
Quantos de nós desistem frente aos fracassos?
Quantos de nós se ressentem, amarguram e desistem quando encontram dificuldades?
Talvez seja próprio do ser humano esquecer o que é que o motiva a continuar em frente. É triste ver a grande massa de pessoas que não tem a menor ideia de que estão fazendo das suas próprias vidas.
Todos temos dificuldades e tropeços mas poucos de nós têm a capacidade de se resignar e seguir em frente, esquecendo quedas e tropeços momentâneos.
Problemas quem não os tem?
A diferença fundamental entre quem vence e quem perde está em encarar os seus fracassos. E mais, como aproveitar as lições que a derrota momentânea traz.
Mais importante que ganhar é completar a corrida!
Da próxima vez que cairmos, lembremo-nos de Derek, e continuemos a nossa corrida, mesmo que não tenhamos mais hipóteses de chegar em primeiro lugar.
Temos de nos lembrar que a vida não é composta de uma única corrida, mas sim de várias; perdermos uma não nos dá o direito de desistirmos.
«A perseverança é o combustível dos vencedores»
adaptado de Fábio Violin
Nenhum comentário:
Postar um comentário