Conta-se que certa vez um mendigo pedia esmolas junto aos portões da cidade.
Parou uma carruagem ricamente ornada e dela desceu o rei.
O mendigo pensou com os seus botões:
«Agora chegou a minha vez, chega de trabalho»
O rei dirigiu-se a ele e perguntou:
- O que é que você tem para me dar?
O mendigo assustou-se com as palavras do rei e pensou:
«Puxa! Eu achava que ele me ia dar alguma coisa, e ele ainda me veio pedir...e se eu não lhe der algo ele fica com o que tenho, e ainda me manda prender!!»
Pensando nisto, colocou a mão no saquinho de sementes de trigo, que tinha consigo e deu uma semente ao rei.
O rei aceitou a semente, subiu para a carruagem e foi-se embora.
Quando chegou a casa o mendigo foi contar as suas sementes, e teve uma surpresa.
No lugar daquela que deu ao rei, havia outra toda em ouro.
Os moradores daquela cidade contam que o mendigo passou o resto da sua vida a lamentar-se...
« Por que não tive coragem de dar todas as minhas sementes?»
Assim muitas vezes acontece connosco. Por falta de coragem de darmos mais um pouco, acabamos por perder muito. Não temos coragem de nos dar inteiramente por amor aos outros. Fechamo-nos em nossas vidas, em nossos orgulhos, egoismos e vaidades e não nos lançamos ao encontro do outro, que muitas vezes espera de nós apenas uma palavra, um olhar ou até mesmo um sorriso.
Deixamos de ser pontes e passamos a ser muros na vida de nossos irmãos.
Cláudia Rego - Missão Brasília
«Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria»
(2 Cor 9,7)
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