Um pregador contou um dia esta história:
Uma senhora rica tinha uma criada que lhe fazia o comer, lavava a roupa e cozinhava.
Um dia a senhora encontrou uma teia de aranha junto a uma porta e ralhou muito com a empregada.
A rapariga aflita logo pediu desculpa e foi rapidamente tirar a teia.
Passados poucos dias lá estava outra teia no mesmo lugar.
- Isabel, Isabel! - exclamou a D. Maria do Carmo. Então eu não lhe disse que tirasses aquela teia de aranha?
- Minha senhora, eu tirei-a!
- Como a tiraste, se ainda lá está?
E ameaçou-a, dizendo-lhe que a mandava embora se ela deixasse criar mais teias de aranha dentro de casa. A rapariga foi imediatamente tirá-la, mas daí a três dias lá estava outra. Quando a D. Maria do Carmo a descobriu, decidiu arrumar o caso de vez:
- Isabel, não ficas nesta casa nem mais um dia!!..
A jovem chorava:
- Minha senhora, posso jurar-lhe, tirei a teia de aranha nas três vezes que a senhora mandou. Não é a mesma teia de aranha; é outra!
A D. Maria do Carmo já impaciente e irritada pergunta:
- Mas tu não mataste a aranha?!
- Não minha senhora; como só me mandou tirar a teia!...
Igualmente muitas pessoas não são capazes de se emendar deste e daquele defeito, por muito que rezem e se confessem, pois não matam a raiz do mal.
Ficam-se pelo "tirar da teia, deixando lá a aranha".
Os pecados capitais são essa aranha que é preciso matar.
A soberba, a avareza, a luxúria, a gula, a inveja e a preguiça são a raíz de todos os outros pecados.
É preciso destruir essa raiz e não se ficar apenas pela folhagem ou pelos ramos. Doutro modo estão sempre a aparecer os frutos dessa má árvore.
(In O Amigo do Povo)
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