A Princesa
Era
uma vez um rei que tinha uma filha muito bela e inteligente. Sofria,
porém, de uma misteriosa doença. Muitos médicos tentaram curá-Ia,
mas em vão.
Um
dia, chegou ao palácio um velho, do qual se dizia que conhecia o
segredo da vida. Todos acorreram a pedir-lhe que curasse a princesa
cada vez mais doente.
O
velho deu à menina um cesto de vimes coberto com um pano e
disse-lhe:
-
Pega lá e cuida dele. Irá curar-te.
Cheia
de alegria, a princesa tirou o pano e o que viu entristeceu-a. No
cestinho estava deitada uma criança doente, mais infeliz e sofredora
que ela.
A
princesa deixou-se comover. Apesar dos seus sofrimentos, pegou nela e
começou a curá-Ia. Passaram os meses: a princesa não via outra
coisa senão aquela criança. Alimentava-a, acariciava-a, sorria-lhe.
Velava junto dela durante a noite, falava-lhe com ternura. Apesar de
tudo isto lhe custar um cansaço intenso e doloroso.
Sete
anos depois, aconteceu algo de incrível. Uma manhã, a criança
começou a sorrir e a caminhar. A princesa deu-lhe a mão e começou
a dançar, rindo e cantando. Leve e belíssima como há muito tempo
não acontecia. Sem se dar conta também ela se tinha
curado.
*
* *
A
princesa encontrou a cura dos seus males cuidando de alguém que
estava pior que ela: a criança do cesto. Se continuasse deprimida a
pensar na sua doença, estaria cada vez pior. A princesa, ao
esquecer-se de si própria, para amar o outro, deu vida a quem
precisava e encontrou a vida para ela que estava perdida.
Pois,
é uma história engraçada e que nos faz pensar muito, porque está
cheia de ensinamentos.
Não
acha?
(
in histórias do padre Júlio Grangeia)
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