Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


terça-feira, 25 de março de 2014

A ordem do Rei

A ordem do Rei

Era uma vez um rei que não gostava de mendigos nem de estrangeiros e por isso um dia ordenou que estes fossem expulsos do seu reino. Não suportava vê-los  nas ruas.
A partir desse dia, todos os seus súbditos deviam levar no braço um número para serem reconhecidos como cidadãos do reino.
A ordem cumpriu-se escrupulosamente e, em poucas semanas, tinham acabado os estrangeiros e os mendigos.
Um dia, o rei saiu para dar um passeio a cavalo pelo campo. Mas uma grande tempestade surpreendeu-o e o seu cavalo espantou-se com um trovão. Começou a correr descontrolado e o rei nada pôde fazer para parar o animal. Chovia torrencialmente e o cavalo continuava a correr sem parar.
Ao chegarem a uma sebe, o cavalo saltou e o rei caiu num charco cheio de barro ficando inconsciente.
Passou a tempestade e veio o sol. O rei continuava deitado no chão e inconsciente. Por casualidade, passaram por ali uns guardas seus a patrulharem a zona. Ao vê-lo deitado no chão, foram ver o que tinha acontecido. Estava sujo e manchado de barro. Tentaram reanimá-lo mas não conseguiram. Para os guardas não havia dúvidas, era um mendigo fugitivo que estava bêbado como uma pipa. Era mais que evidente. Além do mais, era um estrangeiro, pois não levava nenhuma marca no braço.
Levaram-no então de rastos até à fronteira do reino e lançaram-no para longe.
Quando o rei acordou, não sabia onde estava. Depressa deu-se conta que não estava no seu reino. Foi indignado à fronteira para entrar e pedir explicações pelo acontecido. Mas os guardas, ao vê-lo chegar tão sujo, deram-lhe uns pontapés.


Ele insistia, protestando:
- Eu sou o rei e o que me estais a fazer é intolerável!
Contudo, os guardas não fizeram caso algum. Troçando dele, disseram-lhe:
- Além de seres mendigo estrangeiro, estás louco. O nosso rei não quer nada contigo. Sai daqui.
E atiraram-lhe pedras. O rei começou a chorar amargamente. Tinha caído na sua própria ratoeira. Agora, por onde quer que fosse, seria sempre um mendigo e um estrangeiro. Um excluído da sociedade.
* * * 
Esta história que nunca aconteceu... afinal de contas, e bem vistas as coisas,  está sempre a acontecer. Sempre que excluímos alguém, da nossa família, do nosso grupo, dos nossos amigos, estamos a contribuir para que, mais dia menos dia, nos aconteça algo de semelhante também  a nós.
Pois é! Essa coisa de “não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti”... tem muito que se lhe diga, não tem?
Muito que se lhe diga e dá que pensar, não lhe parece?


(histórias do padre Júlio Grangeia)

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