Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


sábado, 16 de julho de 2011

Um rapaz raro

Todos nós conhecemos as parábolas de Jesus sobre o "fim do mundo", como por exemplo a parábola das dez virgens onde cinco eram prudentes e as outras cinco eram insensatas. Esta parábola simples tem como objetivo alertar-nos para "estarmos preparados", estarmos vigilantes para a vinda do Senhor. Jesus insiste na necessidade de todos nós estarmos preparados, e para isso não basta cumprirmos escrupulosamente uma série de ritos; reuniões, procissões,festas, sacramentos,orações etc. Tudo isso, inclusivé, pode criar uma rotina na nossa vida religiosa, e a rotina muitas vezes pode adormecer-nos.
Será que poderemos então dormir tranquilos na rotina das coisas da vida e da religião, quando a qualquer momento poderá chegar até nós a " tempestade da morte" ?
A história que se segue (da autoria de Bruno Ferrero, no estamos solos) ajuda-nos a refletir sobre tudo isto.

Um rapaz raro:
O dono de uma grande quinta precisava de alguém que tomasse conta das cavalariças e dos celeiros. Aproveitou a vinda dos rapazes à festa da freguesia para procurar, e encontrou um rapaz de 18 anos que vagueava junto ás barracas de bugigangas. Era um tipo alto e magro, que não parecia muito forte.
- Oi, rapaz, como te chamas?
- Alfredo, senhor.
- Estou à procura de alguém para trabalhar na minha quinta. Sabes trabalhar no campo?
- Sim, senhor. Sou capaz de dormir numa noite de tempestade!.
O aldeão sacudiu a cabeça num gesto ambíguo e foi-se embora. À tarde encontrou-se outra vez com Alfredo e voltou a fazer-lhe a proposta. A resposta de Alfredo foi a mesma:
- Sou capaz de dormir numa noite de tempestade !

Ainda foi tentar encontrar outra pessoa, mas não conseguiu. Assim, decidiu contratar Alfredo, que lhe repetiu :
- Pode ficar tranquilo, patrão: sou capaz de dormir numa noite de tempestade.
- Está bem, pronto. Depois veremos o que consegues realmente fazer.
Alfredo trabalhou na quinta durante váris semanas. Como o dono estava cheio de trabalho, não chegou a prestar a devida atenção ao que o rapaz fazia.
Mas uma noite acordou sobressaltado por uma tempestade. O vento enchia os caminhos, rugia nas árvores, sacudia as janelas. O camponês levantou-se.
A tempestade poderia ter aberto depar em par as portas dos estábulos e cavalariças, espantando as vacas e os cavalos, espalhando o feno e a palha, enfim podia ter feito ou estar a fazer toda a sorte de estragos.
Correu a chamar á porta do quarto de Alfredo, mas não obteve resposta. Bateu com mais força :
-Alfredo, levanta-te! Dá-me uma ajuda antes que o vento deite tudo a perder !
Mas Alfredo continuava a dormir.
O camponês não tinha tempo a perder. Correu escadas abaixo, atravessou a eira e chegou aos estábulos da quinta.
E então teve uma grande surpresa.
As portas estavam seguras. O feno e a palha estavam cobertos e atados, de modo que o vento os não pudesse levar. Os cavalos e as vacas estavam seguros, as cabras e as galinhas tranquilas. Lá fora o vento soprava em fúria. Dentro, os animais estavam tranquilos e tudo estava em segurança .
O rapaz fazia bem o seu trabalho de cada dia. Preocupava-se de que tudo estivesse em ordem. Fechava sempre as portas e as janelas para a tempestade em cada dia. por isso não tinha medo.

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