O leão de pedra
Era uma vez um estudante de dezasseis anos que teve um sonho. Sonhou que um leão, com as suas garras, o devorava. Teve um grande susto.
Era uma vez um estudante de dezasseis anos que teve um sonho. Sonhou que um leão, com as suas garras, o devorava. Teve um grande susto.
Na
manhã seguinte, partiu com os seus colegas de escola para um passeio
a uma cidade desconhecida. Certamente que aí não haveria leões à
solta!
Ainda
assustado pelo efeito do sonho, o estudante foi visitar um palácio.
Ao chegar à praça circundante, viu um leão de pedra que rugia para
o céu com a boca bem aberta. Disse ele:
-
Ah! Eis o meu leão. O que me devorou esta noite!
Contou
o sonho aos amigos. Depois, rindo-se, para demonstrar que não
acreditava nos sonhos, aproximou-se do leão:
-
Reconheces-me, leão? Acorda! Move os maxilares e morde-me se
puderes.
Dizendo
isto, enfiou a mão na garganta de pedra e estendeu-a até ao
fundo...
Gritou
de medo e de dor. Depois retirou de repente a mão ensanguentada e
atirou-se ao chão.
Um
enorme escorpião, que tinha o seu ninho no fundo da garganta de
pedra, tinha-lhe trespassado a mão com a sua picadela venenosa.
Ao
contar-lhe esta história não é para lhe dizer que devemos
acreditar em sonhos mas é, antes, para reflectir sobre uma outra
realidade.
Às
vezes, deixamo-nos levar pelas aparências e acabamos por sofrer
grandes desilusões. O estudante da nossa história ao ver o
leão de pedra deixou-se levar pelas aparências: O leão era de
pedra; não lhe poderia fazer mal! Enganou-se: Dentro do leão de
pedra, inofensivo, estava um ninho de escorpiões venenosos...
Pois
é! Nem tudo o que parece é; E às vezes há coisas que não parecem
... e são!
Não
será tempo de olhar as coisas com olhos de ver?
Já
o tenho repetido muitas vezes aqui este pensamento. Hoje não resisto
a contá-lo de novo. É de A. St Exupéry: “Só se vê bem com o
coração; o essencial é invisível aos olhos...”
Pense
nisto!
(histórias do padre Júlio Grangeia)
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